MELASTOMATACEAE

Mouriri arenicola Morley

Como citar:

Patricia da Rosa; Raquel Negrão. 2017. Mouriri arenicola (MELASTOMATACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

CR

EOO:

12,568 Km2

AOO:

12,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie nativa; endêmica do estado do Rio de Janeiro (Morley, 1993; Baumgratz et al., 2014; Goldenberg, 2015); coletada em restinga arbustiva próxima ao aeroporto do município de Cabo Frio (C. Farney 4678) e na Praia Grande, no município de Arraial do Cabo (L.S. Nascimento 25).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2017
Avaliador: Patricia da Rosa
Revisor: Raquel Negrão
Critério: B1ab(i,ii,iii)+2ab(i,ii,iii)
Categoria: CR
Justificativa:

Arbusto terrícola, a espécie é endêmica do estado do Rio de Janeiro em vegetação de Restinga arbustiva (Baumgratz et al., 2014) da Região dos Lagos, tendo sido coletada nos municípios de Cabo Frio e Arraial do Cabo. Esforços de coleta recentes do Projeto “Procura-se” CNCFlora/JBRJ/SEA localizaram uma subpopulação na restinga de Arraial do Cabo. Apresenta AOO=12 km² e ocorre em fitofisionomia intensamente fragmentada. As principais ameaças são a expansão urbana e as atividades turísticas na Região dos Lagos, que vêm crescendo consideravelmente nas últimas décadas, em função, principalmente, de investimentos na infraestrutura de transporte (Davidovich, 2001). Cabo Frio, nas últimas quatro décadas, apresentou um ritmo de crescimento bem acima das médias estadual e nacional, em decorrência dos royalties da exploração de petróleo na plataforma continental (Ribeiro e Oliveira, 2009). O conjunto de ameaças supracitadas implica declínio contínuo da EOO, AOO e qualidade do hábitat.

Último avistamento: 2016
Quantidade de locations: 2
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Sim

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em Novon 3: 169, fig. 3. 1993. Tipo: Brazil. Rio de Janeiro: Sistema de Dunas Dama Branca, baixio umido entre dunas orla, 10 Dec. 1987 (fl buds), D. Araujo, L. Trindade, A. Gastao 8335 (holotype, GUA; isotype, MIN).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Não

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: bush
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Restinga
Fitofisionomia: Vegetação de Restinga
Habitats: 1.5 Subtropical/Tropical Dry Forest
Detalhes: Arbusto, terrícola (Goldenberg, 2015); de ocorrência em vegetação de Restinga arbustiva (Baumgratz et al., 2014). Considerada uma espécie ameaçada (EN) por Baumgratz et al. (2014).
Referências:
  1. Goldenberg, R. Mouriri in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB102206>. Acesso em: 10 Mar. 2015.
  2. Baumgratz, J.F.A.; Santos Filho, L.A.F.; Silva-Gonçalves, K.C. 2014. Melastomataceae. Catálogo das espécies de plantas vasculares e briófitas do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://florariojaneiro.jbrj.gov.br.

Reprodução:

Detalhes: Coletada em flor no mês de Maio (C. Farney 4678).
Fenologia: flowering (May~May)

Ameaças (1):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1.1 Housing & urban areas habitat,occupancy,occurrence past,present regional very high
O adensamento populacional na Região dos Lagos vem crescendo consideravelmente nas últimas décadas, em função, principalmente, de investimentos na infraestrutura de transporte, que facilitou o investimento imobiliário (Davidovich, 2001). Cabo Frio vem apresentando nas últimas quatro décadas um ritmo de crescimento bem acima da média estadual e mesmo nacional, em decorrência dos royalties da exploração de petróleo na plataforma continental, mas sobretudo por sua vocação para o turismo em sua orla marítima, que influenciou toda sua infra-estrutura urbana (Ribeiro e Oliveira, 2009). As áreas antrópicas recobrem cerca de 60% da área da região de Cabo Frio, e arredores, um importante centro de biodiversidade mundial (Bohrer et al., 2015). As áreas mais afetadas estão localizada nas sedes municipais, no entorno da Lagoa de Araruama, ao longo das rodovias RJ 106 e RJ 140 e nas áreas costeiras (Bohrer et al., 2015). A vegetação de restinga, outrora existente entre os municípios de Cabo Frio e Casimiro de Abreu, foram praticamente eliminadas nos últimos 20 anos. O principal motivo para essa perda foi a acentuada crescimento de empreendimentos imobiliários e loteamentos que hoje dominam o cenário local (Leme, 2000).
Referências:
  1. Davidovich, F. 2001. Metrópole e território : metropolização do espaço no Rio de Janeiro. Cad. Metrópole 6, 67–77.
  2. Ribeiro, G., Oliveira, L.D. de. 2009. As Territorialidades da Metrópole no Século XXI: Tensões entre o Tradicional e o Moderno na Cidade de Cabo Frio-RJ. Geo UERJ 3, 108–127.
  3. Bohrer, C.B. de A., Dantas, H.G.R., Cronemberger, F.M., Vicens, R.S., Andrade, S.F. de. 2015. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Mapeamento da vegetação e do uso do solo no Centro de Diversidade Vegetal de Cabo Frio , Rio de Janeiro. Rodriguésia 60, 1–23.
  4. Leme, E.M.C. 2000. Niudularium - bromélias da Mata Atlântica, in: Niudularium - Bromélias Da Mata Atlântica. Sextante, Rio de Janeiro, RJ.